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Manuscritos & Autógrafos

Cartas do Conde da Torre sobre a Reconquista do Nordeste Brasileiro aos Holandeses 1638 - 1639.Diante da Invasão do Nordeste Brasileiro e consolidação de uma próspera colônia com sede em Recife, baseada no comércio do açúcar, o Governo Português, ainda sob domínio espanhol, reuniu em 1639 uma armada de 26 galeões e 20 navios transporte, com uma tripulação de 5 mil homens sob o comando de D. Fernando de Mascarenhas, o Conde da Torre.Partindo de Lisboa em 7 de setembro de 1638, a armada que se constituiria na primeira tentativa de retomada do território seguiu viagem rumo a Cabo Verde, já com problemas relacionadas à falta de víveres, inexperiência da tripulação e as péssimas condições de higiene. Em 6 de janeiro de 1639, quando chegaram à Costa de Pernambuco, a tripulação já havia perdido 872 membros, e por consequência desta e de várias outras dificuldades, decidiu o Conde da Torre rumar para a Bahia, no lugar do projeto inicial de ficar frente a Recife durante três dias. Os habitantes do Brasil holandês tiveram do evento as reações mais diversas. Os luso-brasileiros começaram a acreditar outra vez na Restauração de Pernambuco, enquanto os holandeses ficaram atemorizados diante do tamanho da armada que se apresentava frente a Recife, mesmo que de passagem. Nassau, ante a ameaça da reconquista do território, tomou uma série de atitudes enérgicas, como o confinamento de todos os religiosos na Vila Velha de Itamaracá e depois degredo para as Antilhas e a instituição de pena de morte para quem em casa tivesse armas.Não sabiam os holandeses e os portugueses, contudo, da caótica situação da armada, que desabastecida de víveres e cheia de doentes, perdeu a oportunidade de apanhar a cidade do Recife despreparada para combate, sem naus de combate e quase nenhuma munição. Para sua defesa, Nassau recebeu em março de 1639 reforços de 1.200 soldados e sete navios comandados pelo General Arciszewski.Os navios da armada chegaram a Bahia em 19 de janeiro de 1639, depois de mais de quatro meses de viagem. Em setembro de 1639 foram interceptadas pelos holandeses cartas enviadas pelo Conde da Torre nas quais eram relatadas a situação de penúria, dos tantos doentes que definhavam e dos três mil mortos no trajeto até a Bahia. Ao saber disto, Nassau escreve ao Carta ao Conselho Supremo na Holanda, afirmando que se a armada tivesse dado seguimento à referida ordem em 10 de janeiro de 1639, data em que se apresentou diante do Recife, por muito enfraquecido que o inimigo se achasse, eles não teriam tido forças bastantes para impedir-lhes o desembarque ou para resistir-lhe em parte alguma.O Conde da Torre permaneceu na Bahia mantendo a armada e esperando reforços para o ataque a Recife. Consta que a Coroa chegou a dever para mercadores baianos em 1639 mais de 10 mil cruzados requisitados para a compra de mantimentos e materiais. Por quase um ano ficou a armada do conde da Torre fundeada nas águas da baía de Todos os Santos, com a maior parte dos seus homens recolhidos ao Hospital da Misericórdia e a outros conventos de Salvador, padecendo os rigores da epidemia, desnutrição provocada pela escassez de alimentos, doenças venéreas e outros males. Em novembro de 1639 a armada seguiu para Pernambuco seguida por terra pelas tropas do Conde de Bagnolli, chefiadas por André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias. No total, a armada que havia recebido reforços da Espanha, contava com 87 navios, cinco mil soldados e 12 peças de artilharia. Depois de uma série de batalhas perdidas pelos portugueses no início de 1640, o Conde da Torre desembarcou na baía de Touros uma tropa de 1200 soldados, comandados por Luís Barbalho Bezerra, que regressou à Bahia pelo interior do Brasil holandês em marcha heroica de mais de 400 léguas.Em seu relato à Companhia das Índias Ocidentais, Nassau atribuiu o fracasso luso-espanhol à escolha de um comandante ineficaz para comandar força tão poderosa, devido à praxe de nomear aristocratas inexperientes pressuposto que sua nobreza era mais apta a garantir a disciplina; outro motivo fora a mortandade que atacara a armada em Cabo Verde, obrigando-a a escalar em Salvador e a ação dos ventos, que haviam desfavorecido sempre os portugueses.Apresentamos deste evento da História Brasileira dois incríveis documentos, um de 1639 relacionado à preparação da Armada assinado por D. Fernando Mascarenhas, que acabara de receber o título de Conde, e outra solicitando mantimentos para a referida Armanda já na Bahia, em 1639. Ambas as cartas são respondidas pelos primeiros-ministros, o Conde-Duque de Olivares e o Conde de Castelo Melhor.a) Carta de D. Fernando Mascarenhas ao Conde-Duque de Olivares (D. Gaspar de Guzmán, ministro de D. Felipe II de Portugal), passada em Lisboa, em 17 de maio de 1638, afirmando que já mandou conta do estado em que as armadas se acham, da visita que fez aos galeões e mostra-se muito sentido com a notícia que lhe deu o secretário Miguel Vasconcelos de Brito do novo título de Conde que sua Majestade lhe deu. Anotação à margem escrita e assinada pelo Conde-Duque de Olivares como Gaspar Guzmán e pela Duquesa de Inês de Zuiga y Velazco, sua esposa.b) Carta do Conde da Torre ao Conde de Castelo Melhor perguntando se estão prestes os bastimentos para os doze navios que se assentou que saíssem e se estão dadas as coisas que o senhor D. João da Veiga pediu ou se estão prestes a ser embarcadas. Bahia, 7 de agosto de 1639. Resposta do Conde de Castelo Melhor à margem dizendo os galeões que estão prontos e que ainda não estão abastecidos.

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Cartas do Conde da Torre sobre a Reconquista do Nordeste Brasileiro aos Holandeses 1638 - 1639.Diante da Invasão do Nordeste Brasileiro e consolidação de uma próspera colônia com sede em Recife, baseada no comércio do açúcar, o Governo Português, ainda sob domínio espanhol, reuniu em 1639 uma armada de 26 galeões e 20 navios transporte, com uma tripulação de 5 mil homens sob o comando de D. Fernando de Mascarenhas, o Conde da Torre.Partindo de Lisboa em 7 de setembro de 1638, a armada que se constituiria na primeira tentativa de retomada do território seguiu viagem rumo a Cabo Verde, já com problemas relacionadas à falta de víveres, inexperiência da tripulação e as péssimas condições de higiene. Em 6 de janeiro de 1639, quando chegaram à Costa de Pernambuco, a tripulação já havia perdido 872 membros, e por consequência desta e de várias outras dificuldades, decidiu o Conde da Torre rumar para a Bahia, no lugar do projeto inicial de ficar frente a Recife durante três dias. Os habitantes do Brasil holandês tiveram do evento as reações mais diversas. Os luso-brasileiros começaram a acreditar outra vez na Restauração de Pernambuco, enquanto os holandeses ficaram atemorizados diante do tamanho da armada que se apresentava frente a Recife, mesmo que de passagem. Nassau, ante a ameaça da reconquista do território, tomou uma série de atitudes enérgicas, como o confinamento de todos os religiosos na Vila Velha de Itamaracá e depois degredo para as Antilhas e a instituição de pena de morte para quem em casa tivesse armas.Não sabiam os holandeses e os portugueses, contudo, da caótica situação da armada, que desabastecida de víveres e cheia de doentes, perdeu a oportunidade de apanhar a cidade do Recife despreparada para combate, sem naus de combate e quase nenhuma munição. Para sua defesa, Nassau recebeu em março de 1639 reforços de 1.200 soldados e sete navios comandados pelo General Arciszewski.Os navios da armada chegaram a Bahia em 19 de janeiro de 1639, depois de mais de quatro meses de viagem. Em setembro de 1639 foram interceptadas pelos holandeses cartas enviadas pelo Conde da Torre nas quais eram relatadas a situação de penúria, dos tantos doentes que definhavam e dos três mil mortos no trajeto até a Bahia. Ao saber disto, Nassau escreve ao Carta ao Conselho Supremo na Holanda, afirmando que se a armada tivesse dado seguimento à referida ordem em 10 de janeiro de 1639, data em que se apresentou diante do Recife, por muito enfraquecido que o inimigo se achasse, eles não teriam tido forças bastantes para impedir-lhes o desembarque ou para resistir-lhe em parte alguma.O Conde da Torre permaneceu na Bahia mantendo a armada e esperando reforços para o ataque a Recife. Consta que a Coroa chegou a dever para mercadores baianos em 1639 mais de 10 mil cruzados requisitados para a compra de mantimentos e materiais. Por quase um ano ficou a armada do conde da Torre fundeada nas águas da baía de Todos os Santos, com a maior parte dos seus homens recolhidos ao Hospital da Misericórdia e a outros conventos de Salvador, padecendo os rigores da epidemia, desnutrição provocada pela escassez de alimentos, doenças venéreas e outros males. Em novembro de 1639 a armada seguiu para Pernambuco seguida por terra pelas tropas do Conde de Bagnolli, chefiadas por André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias. No total, a armada que havia recebido reforços da Espanha, contava com 87 navios, cinco mil soldados e 12 peças de artilharia. Depois de uma série de batalhas perdidas pelos portugueses no início de 1640, o Conde da Torre desembarcou na baía de Touros uma tropa de 1200 soldados, comandados por Luís Barbalho Bezerra, que regressou à Bahia pelo interior do Brasil holandês em marcha heroica de mais de 400 léguas.Em seu relato à Companhia das Índias Ocidentais, Nassau atribuiu o fracasso luso-espanhol à escolha de um comandante ineficaz para comandar força tão poderosa, devido à praxe de nomear aristocratas inexperientes pressuposto que sua nobreza era mais apta a garantir a disciplina; outro motivo fora a mortandade que atacara a armada em Cabo Verde, obrigando-a a escalar em Salvador e a ação dos ventos, que haviam desfavorecido sempre os portugueses.Apresentamos deste evento da História Brasileira dois incríveis documentos, um de 1639 relacionado à preparação da Armada assinado por D. Fernando Mascarenhas, que acabara de receber o título de Conde, e outra solicitando mantimentos para a referida Armanda já na Bahia, em 1639. Ambas as cartas são respondidas pelos primeiros-ministros, o Conde-Duque de Olivares e o Conde de Castelo Melhor.a) Carta de D. Fernando Mascarenhas ao Conde-Duque de Olivares (D. Gaspar de Guzmán, ministro de D. Felipe II de Portugal), passada em Lisboa, em 17 de maio de 1638, afirmando que já mandou conta do estado em que as armadas se acham, da visita que fez aos galeões e mostra-se muito sentido com a notícia que lhe deu o secretário Miguel Vasconcelos de Brito do novo título de Conde que sua Majestade lhe deu. Anotação à margem escrita e assinada pelo Conde-Duque de Olivares como Gaspar Guzmán e pela Duquesa de Inês de Zuiga y Velazco, sua esposa.b) Carta do Conde da Torre ao Conde de Castelo Melhor perguntando se estão prestes os bastimentos para os doze navios que se assentou que saíssem e se estão dadas as coisas que o senhor D. João da Veiga pediu ou se estão prestes a ser embarcadas. Bahia, 7 de agosto de 1639. Resposta do Conde de Castelo Melhor à margem dizendo os galeões que estão prontos e que ainda não estão abastecidos.

Informações

Lance

Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados como Cortesia e serão efetuados pelas Galerias e/ou Organizadores mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio.

    15ª. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais da cidade de São Paulo. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427., de 1º. de fevereiro de 1933.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    A vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o encerramento do leilão.
    .

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados.